domingo, 22 de agosto de 2010

Azul(cor)


A Noite Estrelada de Vincent van Gogh.




O azul é uma das três cores-luz primárias, e cor-pigmento secundária, resultado da sobreposição dos pigmentos ciano e magenta. Seu comprimento de onda é da ordem de 455 a 492 nanômetros do espectro de cores visíveis.
O azul costuma estar associado à frieza, depressão, monotonia. E, por isso mesmo, também à paz, à ordem, à harmonia. Entre os matizes, é o menos expansivo aos olhos. Sinônimos: cerúleo, cárdeo, celeste, azul, safira. O azul estimula a criatividade.
Alguns tons de azul: azul-bebê, azul-celeste, azul-cobalto, azul-marinho, azul-esverdeado, azul-turquesa, azul-caribe, azul-inverno.


História


A produção de pigmentos artificiais de azul tem sido um desafio constante na história da humanidade: pela dificuldade de encontrá-lo, o azul foi em momentos diversos considerado uma cor destinada a temas nobres. Vermelho, preto e branco dominaram quase todas as representações artísticas até o início da Idade Média devido à facilidade com que as tintas podiam ser fabricadas, em comparação com a dificuldade de obter pigmento azul. É certo, no entanto, que os egípcios conheciam um pigmento dessa cor há mais de 5 mil anos, mas ele era misturado ao pigmento de uma pedra semipreciosa, o lápis-lazúli. Foi a dificuldade para chegar ao tom que fez com que os romanos durante a Antigüidade o associassem aos bárbaros - até ter os olhos azuis era sinônimo de barbárie.
No começo da Idade Média, o vermelho era a cor da nobreza, enquanto o azul era dos servos. Os tecidos eram tingidos de azul com o pigmento extraído de uma planta chamada Ísatis, ou pastel-de-tintureiro. Para conseguir a tinta, era necessário deixar a planta fermentando em urina humana. Com o tempo, perceberam que o álcool acelerava o processo - por isso, tintureiros ingeriam bebidas alcoólicas com a desculpa de que a urina já sairia rica em álcool. A expressão em alemão blau werden, literalmente traduzida como "ficar azul", significa na Alemanha "ficar bêbado".
No século VI, a técnica para obtenção do pigmento chamado azul-ultramar, feita com o lápis-lazúli, ganhou a Europa - a pedra, no entanto, chegou a custar mais que o ouro. A descoberta do caminho marítimo para as Índias, no fim do século XV, levou para a Europa o pigmento conhecido como índigo indiano, obtido com uma planta oriental. A utilização foi proibida – uma tentativa de preservar o tom produzido na região com a ísatis – e dava até pena de morte.
O pigmento azul-da-prússia foi descoberto na Alemanha, numa experiência sobre oxidação do ferro em 1704. Custava um décimo do preço da tinta feita a partir do lápis-lazúli e fez sucesso entre os pintores da época. De lá para cá, a indústria química evoluiu e possibilitou a obtenção de centenas de pigmentos mais baratos. Isso foi um fator crucial para o surgimento no século XIX, do impressionismo de artistas como Monet, que davam grande valor à cor. Mas, como muitos pigmentos desse período não possuíam uma boa resistência, vários quadros da época sofreram uma prematura descoloração.