Obras em xilogravura da artista plástica Marisa Hul
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É uma técnica em que se entalhar na madeira, com ajuda de instrumento cortante, a figura ou forma (matriz) que se pretende imprimir. Em seguida usa-se um rolo de borracha embebecida em tinta, tocando só as partes elevadas do entalhe.
O final do processo é a impressão em alto relevo em papel ou pano especial,
que fica impregnado com a tinta, revelando a figura. Entre as suas variações do suporte pode-se
gravar em linóleo (linoleogravura) ou qualquer outra superfície plana. Além de variações dentro da técnica, como a xilogravura de topo.
História
A xilogravura é de provável origem chinesa, sendo conhecida desde o século VI. No ocidente,
ela já se afirma durante a Idade Média. No século XVIII duas inovações revolucionaram a xilogravura.
A chegada à Europa das gravuras japonesas a cores, que tiveram grande influência sobre as artes
do século XIX, e a técnica da gravura de topo criada por Thomas Bewick.
No final do século XVIII Thomas Bewick teve a idéia de usar uma madeira mais dura como matriz e marcar os desenhos com o buril, instrumento usado para gravura em metal e que dava uma maior definição ao traço. Dessa maneira Bewick diminuiu os custos de produção de livros ilustrados e abriu caminho para a produção em massa de imagens pictóricas. Mas com a invenção de processos de impressão a partir da fotografia a xilogravura passa a ser considerada uma técnica antiquada. Atualmente ela é mais utilizada nas artes plásticas e no artesanato.
Xilogravura popular brasileira
A xilogravura popular é uma permanência do traço medieval da cultura portuguesa transplantada
para o Brasil e que se desenvolveu na literatura de cordel. Quase todos os xilografos
populares brasileiros, principalmente no Nordeste do país, provêm do cordel.
A xilogravura foi a primeira técnica de gravura introduzida no Brasil através de Oswaldo Goeldi, Lívio Abramo, entre outros.
Cabe destacar também a importância da utilização da xilogravura na expressão popular da literatura
de cordel. São muitas qualidades de madeira que podem ser utilizadas: cedro, canela, mogno, etc.
A técnica é simples: passa-se o desenho para o bloco de madeira (ou desenha-se diretamente sobre ele)
e, com o auxílio de ferramentas apropriadas (goivas, formões, facas), faz-se incisões na matriz.
A tinta deve ser distribuída uniformemente com um rolo de borracha próprio para impressão,
apenas na superfície da madeira de forma que os sulcos que não receberem tinta correspondam às áreas
brancas das cópias. Coloca-se o papel sobre a matriz entintada e fricciona-se levemente com uma colher
de pau, até que a tinta passe da madeira para o papel.
As cópias são numeradas de acordo com a tiragem efetuada.
José Costa Leite, J. Borges, Amaro Francisco, José Lourenço e Gilvan Samico.